sábado, 16 de agosto de 2014

Diretores do Sindmussp enfrentam temperatura de 6 graus para apurar denúncias.




Foto: Marcos Santos
Diretores reunidos na entrada da cidade antes da realização da fiscalização.
Por Marcos Santos

Numa operação inédita e ousada realizada na madrugada da última sexta-feira (15), o presidente Gerson Tajes e seus diretores subiram a serra da Mantiqueira rumo a Campos do Jordão, atendendo há várias denúncias de músicos que estão sofrendo exploração profissional há muito tempo, além de serem hostilizados por donos de bares e restaurantes de luxo, sendo vítimas duas vezes: do descaso e “esquecimento” de quem deveria lutar pelos seus direitos e não fez nada quando o sindicato era administrado pela antiga diretoria que, ficou no comando por mais de quarenta anos e por esses “pelegos” como são chamados os empresários aproveitadores. 
Foto: Marcos Santos

Numa ação organizada e pacífica, Alemão, como também é conhecido no meio sindical e musical, orientou os seus agentes sindicais e diretores para que a abordagem fosse feita com muito profissionalismo tanto aos donos das casas, como também, aos músicos afim de   evitar tumultos ou coisas desse tipo. Dividida em três equipes, os diretores fiscalizaram uma por uma das casas noturnas e bares onde havia música ao vivo e, constataram que existe uma diversidade razoável de músicos solo, duplas, bandas enfim, de profissionais trabalhando, principalmente, por ser época de temporada na Suíça brasileira. Mas pouco valorizados, embora a movimentação de turistas durante o inverno é intensa e gera lucros expressivos aos donos desses estabelecimentos. Todos comemoraram o sucesso da operação e os trabalhos do sindicato não vão parar por ai. Gerson, já planeja realizar essa mesma diligência em várias cidades do interior paulista como cumprimento de promessa para moralização e valorização da classe, desde quando assumiu a entidade. Como já se sabe, tem músicos trabalhando praticamente sem ganhar absolutamente nada em todas as regiões, não só de São Paulo, como também em todo o Brasil. “Nós estamos fazendo a nossa parte. Chega de ver os nossos profissionais sofrendo todo tipo de humilhação e também, ficarmos de braços cruzados como a antiga gestão. Nós vamos pra cima custe o que custar!”, enfatizou Alemão.
Foto: Marcos Santos
Gerson Tajes tirando dúvidas dos músicos e orientando sobre seus direitos trabalhistas enquanto Fernando Skylo faz  anotações das queixas apresentadas pelos músicos.






Foto: Marcos Santos
Por trás dessa arquitetura moderna nos moldes europeus, esconde um trabalho desonesto e desumano.


Curiosidade:

Resumo da história de Campos do Jordão.

Da análise dos dados referentes às temperaturas no período de 1965 a 1974, pode-se afirmar que o clima de montanha de Campos do Jordão é do tipo tropical temperado, não apresentando nebulosidade úmida, ventos constantes ou chuvas excessivas. 
Em razão da grande redução da cobertura vegetal da região, sobretudo nas encostas entre Monteiro Lobato e Campos do Jordão, que, no passado, foram revestidas integralmente de matas, e que hoje, ao contrário, apresentam 9% de campos, operaram-se modificações no clima, no sentido correspondente, ou seja, para um clima mesotérmico com verões brandos. Este tipo de clima foi, pouco a pouco, ascendendo às encostas da Mantiqueira culminando por imperar em toda a região.
Foto: Marcos Santos

A alteração, nociva para a agricultura, no entanto revelou-se francamente benéfica nas áreas de tratamento de doenças pulmonares, onde se torna necessário o clima frio e seco.

O clima de Campos do Jordão é comparado à região alpina de Davos Platez na Suiça, acusou supremacia nos graus de nebulosidade, nas taxas de insolação, oscilações térmicas e nos índices de precipitação pluviométrica.

A nebulosidade média em média era de cerca de 6% mais elevada. No que tange aos dias claros, as pesquisas deram 52% de dias claros para Campos do Jordão, enquanto que em Davos Platz verificou-se apenas 41%. 

Curiosidade:
Foi a fantástica perseguição ao ouro que levou o sertanista Gaspar Vaz da Cunha, o Oyaguara, a romper as matas virgens da Mantiqueira, vindo do Vale do Paraíba, através de picadas coleantes e escarpadas, em direção às minas auríferas de Itajiba (atual cidade Itajubá). Ficou encantado com a exótica e exuberante paisagem da região do Sapucaí e não sabia que estava desbravando os caminhos que, mais tarde, levariam ao paraíso na terra, ornado de opulenta vegetação, solo fértil, clima excepcional e água salubérrima.
Foto: Marcos Santos
Por volta de 1771, a coragem épica de Inácio Caetano Vieira de Carvalho, seguindo as pegadas do Oyaguara,  subiu os degraus da Serra Preta na Mantiqueira, em direção ao Pico do Itapeva, vindo de Taubaté, fixando-se com sua família durante 18 anos nos campos da Mantiqueira. Fundou a Fazenda Bom Sucesso, requereu e obteve carta de sesmaria do Governador da Capitania de São Paulo e lutou bravamente para defender as divisas de São Paulo contra seu vizinho sesmeiro, João da Costa Manso, da Fazenda São Pedro, das bandas de Minas Gerais. Graças à sua luta, Campos do Jordão permaneceu paulista e Inácio Caetano Vieira de Carvalho levou para o túmulo a glória de ter sido o pioneiro desta, hoje, maravilhosa Estância.

Narra a lenda que Inácio Caetano era muito sovina e que, por isso, enterrara barricas de ouro em uma lomba larga entre três pinheiros, despertando a cobiça de muitos ao longo de gerações que, até hoje, sulcam a terra em busca do lendário tesouro do desbravador. Com a sua morte em 1823, seus herdeiros hipotecaram a sesmaria ao Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão, que, mais tarde, adquiriu-a nas imediações do dia de, pelo que o povo passou a chamar as terras de Fazenda Natal e, logo em seguida, de Campos do Jordão. Aí a origem do nome.
Foto: Marcos Santos
Membro do Governo Provisório e diretor do Tesouro da Capitania de São Paulo, o Brigadeiro Jordão era cidadão ilustre, grande proprietário de fazendas e figurou ao lado de D. Pedro quando do  Grito do Ipiranga, no famoso quadro de Pedro Américo. Infelizmente, não chegou a conhecer as terras às quais emprestou o nome.
Os herdeiros de Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão retalharam as terras, vendendo às porções, para diversos proprietários.




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